Roteiro no Algarve com crianças: nossas férias de verão

As nossas férias de verão quase ficaram comprometidas em 2020, o cenário pandémico não nos dava esperanças para planejar o desejado roteiro no Algarve.

Fomos postergando o máximo que conseguimos, até encaixar uma semana no meio de Setembro para tirar o mofo dos dias fechados em casa e aproveitar o pouco da liberdade da qual ainda tínhamos direito, no entanto, sem aglomeração, claro.

O Roteiro no Algarve, à princípio, não tinha grandes planos, projeções… seria mais uma semana de praia e descanso, Sol e água salgada, sabe?

Mas no final, como pessoas inquietas que somos, conseguimos tirar proveito não só da praia, mas também das belas paisagens e até aldeias mais afastada.

Escolhemos alugar um Airbnb entre Quarteira e Vilamoura, com conforto, e condomínio com piscina para assim ter a opção de praia e piscina, e a comodidade de estar em apartamento e não em um hotel (pandemia né, gente…).

Roteiro no Algarve com crianças

Dia 1 – Quarteira

Dia 2 – Praia do Barril

Dia 3 – Cacela Velha e Tavira

Dia 4 – Praia do Ancão, Faro e Olhão

Dia 5 – Aldeia de Alte e Loulé

O roteiro é meramente uma base para te ajudar a planejar os dias, o que descrevo aqui foi um resumo dos dias que passamos no Algarve, uma mistura de praia durante o dia e vila/centrinho durante à noite. Alguns dias mais cheios e outros mais tranquilos, com tardes na piscina do condomínio para relaxar, afinal, são férias e com uma criança de 4 anos. Mas achei melhor concentrar tudo em 5 dias, numa mistura de praia durante o dia e centro durante à noite.

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Praia da Quarteira Roteiro Algarve com crianças
Praia da Quarteira no Algarve

Dia 1 – Quarteira

O primeiro dia foi de reconhecimento da região, do apartamento que alugamos, da praia e estas coisas. Diferentemente dos principais roteiros no Algarve que privilegiam as praias de Lagos, nós decidimos não ir para aqueles lados por motivos bem óbvios: maior quantidade de turistas internacionais e aglomeração.

Escolhemos a zona da Quarteira por ser uma região bem conhecida do Hugo, já que ele passou alguns anos de férias por aquelas bandas e tudo era bem familiar, apesar de algumas coisas terem mudado com os anos.

A proximidade de mercados e do Mercado do Peixe, nos fez escolher esta região, pois por causa da pandemia, queríamos privilegiar refeições em casa, pelo menos ao almoço.

A praia em si é ok, não é uma praia paradisíaca, nem é a melhor praia para estar com crianças, mas a infraestrutura ajuda. Há bar/restaurante pé na areia e aluguel de espreguiçadeiras e guarda-sol (que sinceramente, não recomendo, custa bem caro). Além de um amplo calçadão para caminhar, andar de bicicleta ou patinete no final da tarde.

Dia 2 – Praia do Barril

A Praia do Barril estava no roteiro desde o início, acho uma boa praia, com infraestrutura de banheiros, restaurantes, pequeno comércio e uma das favoritas das crianças.

Já havia estado nesta praia em 2012, uiiii quanto tempo foi isso… lá no que foi a minha primeira viagem para Portugal.

A Praia do Barril está inserida no Parque Natural da Ria Formosa, uma área protegida de muita importância em termos econômicos, ecológicos e sociais.
Sabia que a Ria Formosa é o maior centro de exploração da amêijoa do país (no Brasil chamam de vôngole)? Sem contar que é uma área também importante para as aves migratórias e com uma diversidade incrível de animais marinhos.

Para chegar até a praia é preciso pegar um pequeno trem, ou comboio, como dizem cá, que sai do aldeamento de Pedras d’El Rei.
Em 2020 o bilhete custava 1,60 EUR por trecho. Sendo também possível atravessar a Ria caminhando, já que o caminho tem mais ou menos 1km de comprimento.

Praia do Barril Roteiro Algarve com Crianças
Entrada da Praia do Barril no Algarve

Por ter boa estrutura de restaurantes e bares, e um bom areal, é daquelas praias para passar todo o dia. Já que é possível comprar sanduíches, batatas fritas e comer na areia, até mesmo um gin ou caipirinha. 🙂

No final da praia, já no final da tarde, decidimos aproveitar e comer uma das bolas de Berlim mais famosas do Algarve (uma espécie de sonho de padaria que é muito comum no litoral de Portugal) . As Bolinhas do Carlos são populares nas areias algarvias, mas também podem encontrá-las no Café Marietas em Moncarapacho, na N215.

No início, nós brasileiros até podemos achar estranho, comer “sonho” na praia. Mas depois de um tempo já aprendemos a apreciar esta mistura de açúcar com areia. 😀
Com uma imensa variedade de sabores, escolhemos uma tradicional, uma de alfarroba e outra com recheio de avelãs.

Neste dia voltamos ao apartamento para jantar em casa e descansar para o dia seguinte.

Dia 3 – Cacela Velha e Tavira

Entre Tavira e Vila Real de Santo Antônio está a aldeia de Cacela Velha. Elevada ao nível do mar, a aldeia fica de frente para a Ria Formosa e também o mar.

Bem preservada, com casas tipicamente algarvia e muralhada, Cacela Velha, na minha opinião, é uma das melhores praias para ir com criança no Algarve. Mais uma vez, o fato de ter estrutura de bares e restaurantes conta e muito. Mas não é só por isso, as águas calmas e cristalinas também.

Para aceder a praia é preciso descer uma escadaria localizada próximo ao cemitério da aldeia. Na maré baixa, a Ria praticamente some, e é possível então ver os pequenos caranguejos. Uma super diversão para os mais pequenos que já nem querem mais saber do mar 😀

A atenção maior aqui é quando a maré sobe, e consecutivamente a Ria. É que é preciso estar atento com o horário da volta, pois com a maré cheia, a água da Ria bate próximo ao peito de um adulto e a travessia é mais complicada com crianças, sacolas, cadeira de praia e afins, o verdadeiro perrengue chique. Neste caso é possível chamar um pequeno barco para atravessar todos em segurança, a melhor dica “faço o que eu digo mas não faça o que eu faço”, já que enfrentamos a ria bravamente com as sacolas na cabeça e a criança no colo.

Na volta para a casa, ainda paramos para apreciar a pequena cidade de Tavira. Pequena de tamanho, mas cheia de charme, vestígios de muralha, ponte romana, casas brancas e chão de pedras portuguesas.
Tavira já teve um importante porto, com muito movimento por ter uma localização estratégica no oceano Atlântico. Até dizem que este porto, foi a principal porta de entrada da Peste Negra, devido ao seu grande movimento na época.

Paramos para comer um gelado e não jantamos no local, mas ficamos até o cair da noite e foi lindo apreciar as ruas estreitas com mesas nas calçadas e uma luz alaranjada no final do dia, digna de uma ilha qualquer do mediterrâneo. Já está na lista para retornar logo que possível.

Dia 4 – Praia do Ancão, Faro e Olhão

Fugimos da multidão e fomos para a Praia do Ancão, uma praia com longa faixa de areia próxima do Condomínio Quinta do Lago. Uma zona de mansões e carros importados.

Atravessamos um longo passadiço de madeira com um restaurante cheio de pinta.

A praia em si é bem ok. Nada de exuberante. A parte boa é o distanciamento entre grupos, uma vez que não fica em uma região turística e com isso é possível estar calmamente a aproveitar a praia.

Neste dia, como a preguiça tomou conta, ficamos apenas algumas horas na parte da manhã e seguimos para almoçar em casa e passar o resto da tarde na piscina.

No final do dia decidimos ir até Faro. Já não lembrava mais como era, uma vez que faziam mais de oito anos que não visitava. Como no verão os dias são mais longos e o por do Sol acontece por volta das 21h, o dia rende e é possível fazer sempre muita coisa.

Decidimos então levar o pequeno no Centro de Ciências Vivas de Faro. Não sei se já ouviram falar, mas existem muitos espalhados pelo país.
O de Faro é bem pequenino, mas interessante para apresentar a biodiversidade da Ria Formosa e seus pequenos animais. Mesmo em tempos de pandemia e com todos os protocolos de higiene e segurança, os funcionários foram super prestativos e tivemos umas horas de diversão e aprendizado.

Se no andar inferior as crianças se divertem, no andar superior, com acesso externo, há uma fantástica esplanada para apreciar a Ria Formosa e os aviões que chegam ao Aeroporto de Faro, o LAB Terrace. Como o Sol ainda estava alto, não paramos para apreciar a vista e beber uns copos, mas ficou anotado para uma próxima vez.

Não deixem de passear visitar a Vila Adentro de Faro, o centro histórico e o que restou da antiga vila amuralhada do Castelo. Cheia de charme e muitas atrações. No passeio, inclua o Palacete Belmarço, um dos mais bonitos da cidade.

E como ainda não tínhamos fome, seguimos mais adiante, até Olhão. Caminhamos na Marina de Olhão, e decidimos jantar no Terra i Mar. Atendimento simpático, comida ok, nada de muito especial. Mas era dos poucos que tinham mesa externa, pandemia, né?!

Dia 5 – Aldeia de Alte e Loulé

O dia amanheceu um pouco nublado, e por este motivo decidimos, então, conhecer a aldeia mais típica do Algarve, a aldeia de Alte. Situada na serra do Caldeirão, a aldeia fica mais ou menos 30km de distância da Quarteira, local em que estávamos hospedados.

A aldeia de casas típicas algarvias com chaminés no estilo árabe, casas brancas e flores embelezando a paisagem ganhou em 1938 o título de Aldeia Cultural e foi uma das pré-finalistas do concurso “7 Maravilhas de Portugal – Aldeias” com a categoria de Aldeia Autêntica.

Para nossa surpresa a aldeia até estava movimentada de turistas, parece já fazer parte do roteiro de muitos estrangeiros.

O ponto alto, digamos assim, são as fontes. Fonte Pequena e Fonte Grande. Local que é possível tomar banho e se refrescar. Além das fontes, a Queda do Vigário, uma enorme cascata, mas que não chegamos a ver pois foi-nos dito no posto de turismo que não havia água o suficiente naquela altura do ano.

No fim do passeio, já com fome. Decidimos comer umas tostas no Germano, um café que ao mesmo tempo é loja e oficina de bikes.

No final do dia, decidimos encerrar nosso roteiro no Algarve em Loulé. Faltou-nos tempo para explorar todo o centro histórico, suas muralhas e a influência Árabe do local. Mas terminamos a noite no incrível Z Loulé, restaurante e enoteca, ao pé da torre do Castelo de Loulé e com três andares lindamente decorados. O conceito é de partilhar os pequenos pratos com produtos locais com uma explosão de sabor.

Foi uma despedida cinco estrelas.

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