A região do Alentejo, localizada no centro-sul de Portugal, é a maior região do país, ocupando surpreendentemente cerca de um terço do território português. Inclui os distritos de Portalegre, Beja, Évora e parte dos distritos de Setúbal e Santarém.
Neste incrível roteiro de 4 dias pelo interior do Alentejo, você irá explorar o Alto Alentejo e Alentejo Central, desfrutando de castelos majestosos, encantadores vilarejos históricos e vinhedos belíssimos, afinal é nesta região que estão os vinhos portugueses mais famosos.
Veja a nossa sugestão para desfrutar essa experiência única, em outras palavras, vivenciar!
Roteiro de 4 dias no Interior do Alentejo
Dia 1 – Castelo de Vide e Marvão
Dia 2 – Estremoz
Dia 3 – Évora
Dia 4 – Reguengos de Monsaraz e Monsaraz
Aluguel de carro em Portugal
O aluguel de carro em Portugal não é algo obrigatório, é possível fazer roteiros sem ter carro alugado, mas é fundamental para percorrer cidades menores, principalmente no Alentejo.
Mas em primeiro lugar, é preciso saber que a linha de comboio, o nome dado aos trens, que percorria as vilas e cidades mencionadas aqui foram desativadas, com excessão de Évora que ainda está ativa e recebe diariamente comboios em quatro horários vindos de Lisboa com duração de cerca de 2h15.
Para alugar carro em Portugal não é necessário a PID (Permissão Internacional para Dirigir), pois a carteira de motorista brasileira é válida por até 185 dias em território português.
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Dia 1 – Castelo de Vide e Marvão
Nosso destino final era Marvão, mas aproveitamos que passaríamos próximo da entrada de Castelo de Vide e paramos para conhecer. Afinal, adoramos um Castelo.
Chegamos lá por volta do horário do almoço, nossa primeira opção era o Restaurante a Confraria, mas não conseguimos fazer reserva e quando chegamos já estava completamente cheio. Por fim fomos parar em um outro restaurante no centro da cidade que não indico uma vez que foi uma experiência não muito agradável da comida alentejana.
Em seguida, passada a desilusão do almoço, fomos desbravar as ruelas até chegar ao Castelo. Passamos por ruas estreitas onde fica a judiaria, o bairro judeu da vila. Na esquina da Rua da Judiaria com a Rua da Fonte fica a antiga sinagoga, onde também funciona um museu.
O Castelo Medieval de Castelo de Vide está preservado e tem entrada gratuita. Para entrar na torre de menagem do castelo é preciso subir até uma estrutura de cimento que mais parece um “telhado”. Mas vale a pena, a vista é muito bonita.
Depois que descemos as ruas, paramos para um café no recomendado Toca do Chocolate antes de prosseguir a viagem até Marvão.
Em Marvão fomos diretos para o Train Spot Guest House, a nossa hospedagem em uma antiga estação de comboios. Passamos aqui o final da tarde, no bar que funciona ao lado da estação onde também parte o passeio Rail Bike Marvão. Infelizmente não foi dessa vez que fizemos o passeio, mas fica a dica de uma experiência pra lá de interessante.
Onde ficar:
Dia 2 – Estremoz
Decidimos acordar cedo para podermos conhecer a pitoresca vila de Marvão. Logo depois, seguimos em direção ao nosso destino do dia: Estremoz.
Sem um roteiro definido, decidimos caminhar sem destino pelas ruas das típicas casas brancas da região. Primeiramente, tomamos café no Natural Bar Food. Em seguida, seguimos caminhando sobre a muralha em direção às escadas íngremes que ficam coladas ao muro por cima das Portas de Ródão.
Hugo subiu bem com Dani na “garupa”, mas eu, por mais incrível que pareça, tive vertigens e um medo grande de continuar a subida por ali. Parei, respirei fundo, engoli o medo e segui. Então, se por acaso tem medo de altura, vertigens ou algo do gênero, prefira subir pelas ruas e não pela muralha.
O Castelo de Marvão custa 1,50 EUR. Dentro é possível encontrar o ateliê Leone Art Lab, uma artista holandesa que vive em Portugal desde os anos 90 e pinta com uma imensa beleza o Alentejo e sua gente. Já havia visto um quadro da artista na Train Spot Guest House e quando lá cheguei não pude deixar de adquirir uma pequena recordação e trouxe um ímã de um dos seus quadros. Se gosta de arte, não pode deixar de visitar.
Depois de admirar cada cantinho do Castelo, continuamos pelas ruas. Admirando as Igrejas de Santiago e a Igreja do Espírito Santo com uma parada estratégica no Castelo Café Lounge para uma taça de vinho alentejano.
O almoço foi no recomendado Varanda do Alentejo para provar o porco preto e comer a sericaia, uma tarte tradicional alentejana. Depois da decepção do dia anterior, Marvão não nos decepcionou com a gastronomia. Boa comida, ótima sobremesa e excelente vinho.
Depois de abastecidos, seguimos para Estremoz e nosso hotel, o Pateo dos Solares Hotel de Charme, único quatro estrelas do roteiro pensado exclusivamente pela possibilidade de relaxar e desfrutar da piscina.
Uma vez que estávamos viajando com uma criança de 3 anos, foi fundamental programar sonecas durante a tarde e momentos de descanso no hotel.
Antes de lá chegar ainda tentei visitar a adega do Tiago Cabaço Wines, um nome recente mas que vem ganhando visibilidade com vinhos de nome “.com” e o premiado “blog“. Mas, para minha infelicidade as visitas são para grupos privados e precisam ser marcadas com alguma antecedência.
E por sorte ou azar, nos permitimos assim, colocar o “fato de banho” e dar um mergulho na água gelada da piscina.
Ainda antes do jantar aproveitamos o dia longo para visitar o Castelo de Estremoz, conhecer a antiga cadeira Manuelina do século XV e o centro histórico para depois enfim nos deliciar no Mercearia Gadanha, que como o nome mesmo diz, é uma mercearia e também restaurante.
Pedidos uma sequência de tapas e um vinho branco alentejano de nome “Apelido” que nos marcou pelo aroma de frutas brancas e flor de laranjeira.
Onde ficar:
Dia 3 – Évora
Antes de nos despedir de Estremoz fomos visitar a adega João Portugal Ramos, afinal é praticamente impossível visitar esta região e não pensar em conhecer ao menos uma adega. Ainda mais euzinha aqui, que amo um bom vinho!
Fui atendida com muita simpatia pelas funcionárias que encaixaram um tour privado para me explicar o funcionamento da adega, os tipos de solo e ainda o armazenamento dos vinhos.
Foi aqui que vi pela primeira vez vinhos repousarem em barricas de carvalho ao som de música clássica. Uma chiquesa só!
Fiz a prova Marquês de Borba por 17,50 EUR, que incluía 4 tipos de vinho, pão alentejano, queijo de ovelha e prova de azeites extra virgem. No fim ainda tive a oportunidade de provar o Pouca Roupa e um Marquês de Borba reserva.
De Estremoz fomos para Évora, a maior cidade do nosso roteiro, capital do Alentejo e antiga cidade romana de nome Liberalitas Julia.
E a visita começou pelo Templo Romano, que segundo contam os historiadores é chamado erradamente de Templo de Diana. Surgiu o mito de que o templo havia sido edificado em homenagem a deusa romana da caça, mas na verdade há provas históricas de que foi erguido em homenagem ao Imperador Augusto. E como a voz do povo é a voz de Deus, o disse me disse caiu na boca do povo e o mito se espalhou por toda a região.
Mas sendo de Diana ou de Augusto a verdade é que o templo, Patrimônio Mundial da UNESCO, é um dos mais bem preservado e toda a Península Ibérica e um dos mais importantes marcos da história de Évora e da presença dos romanos ali.
Ao redor do Templo, estão ainda a Sé de Évora, o Centro de Artes e Cultura Eugénio de Almeida (conhecem o vinho EA da Adega Cartuxa?), o Museu de Évora, a Pousada de Lóios e a Enoteca Cartuxa, este último é um restaurante que vale a pena a visita nem que seja apenas para beber um copo de vinho, e como vocês devem imaginar, eu não perdi a oportunidade de conhecer e experimentar um EA biológico.
Ainda pelo centro histórico, a Praça do Giraldo é um dos pontos com maior movimento. Dali conseguimos ir a pé a todos os pontos, inclusive a Capela dos Ossos.
No início não tinha muita curiosidade de ir por achar ser algo obscuro, mas, ao chegar lá mudei completamente a minha opinião. É um local de reflexão da brevidade da vida e do destino comum à todos nós: a morte.
Depois de andar sem cessar pelas ruas do centro de Évora, terminei a tarde na Rota dos Vinhos do Alentejo. O posto de turismo e informação dos vinhos da região que semanalmente oferece provas de vinho. São ao todo 6 vinhos selecionados por eles. Vale a pena!
Já bem feliz fui encontrar meus meninos que descansavam no Hotel Moov Évora para tomar banho e sair mais uma vez, mas dessa vez para jantar. Terminamos assim o dia no Évora Taste Tapas Wine House um restaurante que tem cara de português mas que no fundo é um asiático e nos rendeu risadas infinitas sobre a comida portuguesa made in China.
Onde ficar:
Dia 4 – Reguengos de Monsaraz e Monsaraz
Este foi um dos dias mais aguardados da viagem. O dia que fomos conhecer a Herdade do Esporão.
Mas antes de lá chegar, o marido quis ver a Barragem de Alqueva, o maior reservatório artificial de água da Europa Ocidental. E para tal, teríamos que ver lá do alto do Castelo de Monsaraz. E eu agradeci imenso por ele ter tido esta ideia já que eu, por um deslize, não havia incluído o Castelo no roteiro.
Foi sem sombra de dúvidas o Castelo mais lindo que já visitamos. Ganhou nosso coração a pequena vila que se formou ali dentro. Por isso, nos perguntamos algumas vezes o motivo de não termos marcado uma noite naquelas bandas.
Casinhas brancas fofas, com flores por todo lado, cerâmicas coloridas à venda nas lojas, ruas de pedra e uma magia única. Vai por mim e marque uma noite dentro do Castelo.
E já extasiados com a vista e a visita, seguimos para a programação de um piquenique na Herdade do Esporão agendado com devida antecedência.
O preço foi salgado, cerca de 60 EUR para nós três, mas a cesta foi farta o suficiente e ainda com duas garrafas de vinho.
Mas, foi uma experiência cheio de valor emocional, uma tarde bem passada debaixo de um Sobreiro (árvore da qual se extrai a cortiça), aos pés de uma lagoa. Recomendo muito.
Por fim, antes de retornarmos para Évora, tivemos mais uma experiência surpreendente. Fomos conhecer a casa do Sharish Gin.
A visita à destilaria é gratuita e com direito à prova do gin. Durante a visita, é ainda possível conhecer melhor o processo de destilação e a criação de António Cuco, que desde 2013 produz um dos melhores gins portugueses.
Retornamos a Évora para a nossa última noite no Alentejo e seguir viagem para Sesimbra no dia seguinte. Antes ainda incluímos uma visita ao Monte Selvagem para mostrar ao pequeno alguns animais como a zebra e a avestruz.
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Penso que lhes faltou visitar algumas das vilas mais lindas do Alentejo. Vila Viçosa, a vila da realeza. A terra da família real de Portugal. Uma vila cheia de realeza. um palácio real magnífico, um castelo extraordinário, múltiplas igrejas e casas senhoriais, inúmeras figuras da nossa história e, ainda, a “actual” rainha de Portugal: a imagem da Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, cujo rei D. João IV, em 1646, coroou como padroeira e rainha de Portugal, nunca mais algum rei tendo usado mais a coroa real, que ainda permanece lá.