Neste verão, o Hugo e a prima Raquel ( @wheretopee ) colocaram a mochila nas costas em direção à Costa Algarvia, com a missão de atravessar o Algarve de bicicleta, pela Ecovia do litoral.
O Algarve é a região mais a sul de Portugal continental, com o seu clima mediterrâneo ameno, belas praias de areia dourada e grandes falésias.
Foram 218 km no total, divididos por cinco dias, começando em Vila Real de Santo António e terminando no Cabo de São Vicente, fazendo assim a ecovia em sentido contrário, do km 218 até chegar ao tão aguardado km 0.
Então, vos convido a ler este relato contado pelo próprio. 🙂
Quando ir
Os meses de época balnear vão de Junho a Setembro, sendo que Julho e Agosto são os meses do verão europeu, das férias escolares, da alta temporada e consecutivamente de maior movimento nas estradas.
O ideal seria fazer a travessia do Algarve de bicicleta em Junho ou Setembro para ainda assim curtir a praia e pegar movimento menor nas estradas e localidades.
Em Maio e Outubro não são meses tão quentes, mas, ainda assim é esperada uma temperatura amena, talvez não ideal para entrar na água, mas ainda assim boa para pedalar e apreciar a paisagem.
Como chegar
A maneira mais rápida para chegar ao Algarve, partindo do Porto ou de Lisboa, é por via aérea. Foi isso que fizemos com a companhia low cost Ryanair, do Porto até Faro ( 50min ). Pode optar pela viagem de carro ( são 5h do Porto e 2h45m de Lisboa ), de comboio ou autocarro.
Equipamento essencial
- Capacete;
- Luvas;
- Calções almofadados;
- Cantil;
- Protetor solar;
- Kit de reparação em caso de furo do pneu e bomba de ar;
- Mapa, GPS ou suporte para telemóvel.
O equipamento foi praticamente todo adquirido na decathlon.
Aluguel de bicicleta
Atendendo ao percurso, com diferentes terrenos, é aconselhável uma bicicleta de trekking. Se pretende alugar para os 5 dias, o valor ronda os 87€. Em alternativa, e, apesar do percurso ser praticamente todo plano, se não tiver muita preparação, pode optar por uma bicicleta elétrica, que vai auxiliar bastante nas subidas. Neste caso, o valor para 5 dias é de 100€.
Alugamos as nossas no MTB Algarve.
Sinalização e orientação
A sinalização não é uniforme. No decorrer do caminho vai encontrar vários tipos de sinais, ou então não vai encontrar sinalização nenhuma. Normalmente entre as secções é mais comum a sinalização desaparecer.
Se for aventureiro, siga o mapa, o instinto, e guie-se pela faixa litoral ou pela EN125.
Se não, leve GPS, para não correr o risco de se perder. Pode descarregar o mapa completo do percurso aqui.
Em alternativa, use uma app para telemóvel, como por exemplo o wikiloc. Não se esqueça do suporte para bicicleta e de levar uma powerbank para recarregar a bateria ao longo do caminho.
Onde ficar
Como a viagem foi em pleno agosto, época super alta, o alojamento no Algarve é caro. Optamos por ficar em hostels/pousadas da juventude, em quartos partilhados, com média de preço de 25€ por pessoa/por dia.
Ao longo do post pode encontrar os locais onde pernoitamos e os respectivos links.
Travessia do Algarve de bicicleta
Dia 0 – Faro
Fizemos base no primeiro dia em Faro. Chegamos, já o dia ia longo, pedimos um uber no aeroporto ( difícil de encontrar, nas partidas ) e fomos para o hostel descansar, para, no dia seguinte, começar a aventura. Escolhemos um alojamento próximo da loja de bicicletas e da estação de comboio, por razões óbvias.
Hospedagem: Hostellicious
Dia 1 – Vila Real de Santo António -> Tavira – 32km
Acordamos cedo, tomamos um bom pequeno almoço na baixa de Faro e fomos buscar as bicicletas, já previamente reservadas. Como a localização da loja ficava a 2 min da estação de comboio, não demoramos muito a embarcar rumo a Vila Real de Santo António. A viagem dura cerca de 1h10m e tem partidas praticamente de hora a hora. Penduramos as bicicletas em local apropriado, no último vagão, e partimos à aventura da travessia do Algarve de bicicleta.
Chegamos a VRSA eram já 11h. Saindo da estação, encontra-se facilmente o início da ciclovia. Optamos por concentrar menos km no primeiro e último dias. O nosso principal objetivo era pedalar, mas também relaxar, apreciar a paisagem, mergulhar, comer e descobrir pontos de interesse pelo caminho.
Pedalamos até Monte Gordo em asfalto, passamos pela praia, pedimos indicações para encontrar a ecopista novamente e fomos para Cacela Velha, o primeiro ponto de interesse, antes do destino final: Tavira.
Optamos por vaguear pelas ruas esbranquiçadas desta minúscula localidade, com o seu forte com vista para o mar. Comemos uma sandes num café de esquina e fomos dar o primeiro mergulho naquilo que nos pareceu, ao longe, um pedaço de paraíso: a Praia de Cacela Velha.
Já em Tavira, depois de deixar as coisas na pousada e tomar banho, fomos jantar ao Come na Gaveta Restrobar. Achamos piada à expressão típica de Tavira e ao nome do restaurante. Conta-se que a expressão vem do tempo em que o comércio tradicional não fechava à hora de almoço. O comerciante metia o prato na gaveta do balcão e comia até aparecer um cliente.
Para terminar a noite em beleza, fomos comer um gelado de torta de laranja ao MuxaGata no Jardim Público de Tavira, junto ao rio e à ponte romana, demos um passeio a pé pelas ruas movimentadas de Tavira e recolhemos aos aposentos, porque o dia seguinte ia ser duro.
Hospedagem: HI Tavira – Pousada da Juventude
Dia 2 – Tavira -> Vilamoura – 55km
No segundo dia, acordamos cedo e tomamos o pequeno almoço ao lado da Pousada no La Baguette Artisan Boulanger Français. O objetivo passava por chegar a Vilamoura sem muitas paragens pelo caminho, para assim poder relaxar na praia e passear na Marina. A etapa foi longa, e praticamente só paramos para almoçar já bem perto de Almancil, no restaurante Solar do Poeta.
Procuramos evitar as zonas mais movimentadas, e, sempre que necessário, recorremos à Estrada Nacional 125 ( EN125 ) para acelerar o percurso.
Passamos pelas praias da Quarteira, tiramos umas fotos e fomos para Vilamoura fazer o check-in no hostel e mergulhar no mar. À noite jantamos na Pizzaria Massa Fina e aproveitamos para apreciar o glamour e agitação da sempre badalada Marina de Vilamoura.
Hospedagem: Guest House Victoria
Dia 3 – Vilamoura -> Portimão – 58 km
O dia anterior tinha sido puxado, as pernas ainda estavam bem, mas as nádegas começavam a reclamar do desconforto do banco da bicicleta 🙂
Mais uma vez madrugamos, e, como a maioria das hospedagens onde ficamos só servia o pequeno almoço depois das 9h, fomos tomar o pequeno almoço na Boutique Pão e Pão, para nos fazermos à estrada.
A parte inicial do percurso foi feita em terra batida, com sinalização razoavelmente visível, apesar de nos termos perdido algumas vezes e acrescentado mais uns km às pernas.
Junto à Praia dos Salgados encontramos um belo passadiço nas margens da lagoa com o mesmo nome, que nos rendeu umas belas fotos.
Almoçamos em Lagoa, no Tapas no Bucho uns belos petiscos e, pouco depois, chegamos a Portimão para o reconhecimento habitual. Tivemos ainda tempo de ir até à Praia da Rocha, para o mergulho obrigatório e ver o pôr do sol. Voltamos ao hostel para um banho, fomos a uma lavandaria lavar roupa e, com o adiantado da hora, jantamos algo ligeiro por ali mesmo, no Café Brasil.
Hospedagem: PTM Downtown
Dia 4 – Portimão -> Vila do Bispo – 57 km
O penúltimo dia reservou-nos algumas surpresas. Acordamos pelas 7h, como habitualmente, para evitar as horas de maior calor, e fomos em busca da Delicias Pastelaria que supostamente teria as famosas bolas de berlim de Alfarroba. Infelizmente não havia ( haveriam de ficar para o último dia ). Tomamos um pequeno almoço reforçado e seguimos caminho em direção a Lagos, num percurso rápido, quase sempre beirando a EN125.
Paramos apenas para reabastecer de água e seguimos rumo a Burgau. Como se aproximava a hora de almoço, avistamos a Praia das Cabanas Velhas com o seu restaurante “pé na areia” Cabanas Beach e resolvemos parar para comer e relaxar. Melhor decisão da viagem 🙂
Quando nos cansamos da boa vida, pegamos na bicicleta e enfrentamos os 15 km que nos separavam de Vila do Bispo, sempre em asfalto, com algumas subidas ligeiras pelo meio.
À chegada a Vila do Bispo fizemos o check-in no alojamento, demos um mergulho na “piscina”, fomos ao Lidl abastecer de croissants de chocolate e mantimentos para o pequeno almoço do dia seguinte e aguardamos para jantar na looonga fila do muito recomendado Ribeira do Poço.
Hospedagem: Casa MESTRE Guesthouse
Dia 5 – Vila do Bispo -> Cabo de S. Vicente ( via Sagres ) – 16 km
A última etapa foi a mais curta de todas. Com o andamento espetacular com que estávamos, foi em pouco mais de 40 min que chegamos a Sagres. Visitamos a fortaleza de Sagres e tiramos fotos sob a falésia da Praia do Tonel, com vista para o Ponto final: o Farol do Cabo de S. Vicente.
Fizemos os últimos 5 km calmamente, saboreando cada metro de estrada e em busca dos últimos marcos ( ou primeiros ) que nos levariam ao destino.
Esperamos pela abertura do Forte, às 10h, aproveitamos para comprar umas lembranças nos ambulantes instalados nas imediações e ficamos a contemplar a paisagem, enquanto o nosso transfer para Lagos, agendado para as 12h, não chegava.
Sentamo-nos no táxi para Lagos com sentimento de dever cumprido e o cansaço de uma viagem com um percurso lindo, mas que poderia estar mais bem sinalizado e preservado.
Em Lagos apanhamos o comboio para Faro, entregamos as bicicletas, chamamos um uber e fomos relaxar para o Wax Hostel e a Praia de Faro, onde finalmente conseguimos provar a bola de berlim de alfarroba.
O vôo era no dia seguinte de madrugada. Jantamos por ali mesmo no Wax Restobar enquanto fazíamos o brinde final, com o pôr do sol algarvio como fundo.
Hospedagem: Wax Hostel
Gastos
Os gastos totais para os 6 dias rondaram os 500€ por pessoa, divididos da seguinte forma:
- Vôos: 100€
- Aluguer da Bicicleta: 90€
- Alojamento: 140€
- Alimentação: 150€
- Transporte: 30€
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