Recentemente fui convidada para desbravar o Roteiro Enogastronômico Verde Sentido. Uma rota que percorre sete municípios da região do Douro e Tâmega, sendo eles: Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Mondim de Basto, Amarante, Baião, Marco de Canaveses e Resende.
Inicialmente o roteiro tem como objetivo nos guiar pelos Vinhos Verdes destas duas regiões, mas entrega muito mais do que isso.
À medida que vamos percorrendo o território somos surpreendidos pelas paisagens naturais onde o verde predomina e também pelas experiências singulares que passam tanto pela gastronomia quanto por trilhos e aventuras em cascatas.
A proposta do Roteiro Enogastronômico Verde Sentido que vou escrever aqui neste artigo é de sete dias, mas que podem ser conjugadas mediante a sua disponibilidade e até ser dividida em bate-e-voltas ou escapadinhas de fim de semana.
Muito brevemente poderão também consultar todas as mais de 50 experiências deste roteiro e todos os seus aderentes através de um website e também de uma app para o smartphone, o que tornará ainda mais fácil o planejamento da viagem.
Primeiramente, antes de começar a partilhar de fato as atividades, quero fazer uma pequena introdução ao Vinho Verde, caso você, querido leitor, ainda não conheça.
O Vinho Verde recebe este nome não pela sua cor, ou por utilizar na sua produção uvas ainda verdes, mas sim pelo nome da região demarcada que estende-se pela parte noroeste de Portugal e compreende os municípios que estão delimitados pelo rio Minho (fronteira com Espanha) e o rio Douro (distrito do Porto). Sendo que aqui, no Roteiro Enogastronômico Verde Sentido, vamos desbravar as sub regiões que estão entre, ou próximo, aos rios Tâmega e Douro.
Os vinhos, que podem ser tanto brancos, como rosés e tintos, são vinhos únicos devido ao seu terroir – o conjunto de fatores que influenciam o crescimento e amadurecimento da uva – sendo assim o solo, o clima, a exposição solar, a proximidade ao mar…
Podendo assim ser tanto tido como um vinho jovem e fresco como um vinho com mais idade, envelhecimento em barrica e mais encorpado. De certeza que podemos encontrar um Vinho Verde que harmoniza bem com cada prato a degustar.
A aventura começa na Estrada Nacional 304, uma das estradas panorâmicas de Portugal e também uma das Melhores Estradas da Europa para se Conduzir, segundo uma série de vídeos feitos pela Ford em 2019.
Por suas curvas e contra curvas vamos admirando as belezas do Parque Nacional do Alvão. E é no miradouro do Marco N304 – Mondim de Basto que podemos sentir e contemplar a paz das suas montanhas verdes que só é quebrada pelo som das turbinas eólicas, mas que nem por isso deixa de ser especial.
Para quem tem mais tempo é possível ir parando nos miradouros do caminho e nas pequenas aldeias. Mas nós seguimos direto até o miradouro que contempla as Figas do Ermelo. Uma imponente queda d’água, com um desnível de cerca de 400 metros.
Sob o comando de Luís e Susana Romano está o Céu da Boca, um bistrô acolhedor no centro histórico de Mondim de Basto que só abre ao jantar.
Na decoração, um ar vintage, com peças que pertenciam à família e outras que foram sendo adquiridas para compor o espaço.
Susana, a responsável pela cozinha, nos contou que ali tudo ali é feito com produtos sazonais e que os pratos são todos para serem partilhados.
De destaque ficam os pasteís de massa tenra recheados com carne de vaca Maronesa, alheira de Vilarinho com puré de batata-doce e uma sobremesa criada pela própria: milhos doces. Uma espécie de leite creme de milho que estava divino. Tudo regado com Vinho Verde da Quinta da Raza Alvarinho e Trajadura.
Mosteiro masculino da Ordem de São Bento, fica localizado no centro de Cabeceira de Basto, no estilo Barroco. Muito brevemente para além do Mosteiro também poderão visitar a cúpula que encontra-se a 36 metros de altura.
A Casa da Tojeira está localizada em uma majestosa casa senhorial do século XVII bem no Parque Nacional da Peneda-Gerês.
Pertencente à sub-região de Basto, os vinhos levam o mesmo nome da propriedade e podem ser brancos, tintos, rosados e espumantes.
Fizemos a Prova Premium na qual degustamos dois vinhos brancos: Tojeira Premium e Tojeira Grande Reserva, um tinto: Tojeira Premium e um espumante Blanc des Blancs. Tudo isso acompanhado de degustação de produtos regionais como queijos, enchidos e pão.
Além da prova de vinhos ainda é possível fazer caminhadas culturais, experiências de passeios em buggy ou até se hospedar na propriedade.
O restaurante impressiona pela sua garrafeira: vinhos de todas as regiões portuguesas. Mas o que realmente se destaca é a grande qualidade dos vinhos da casa.
De cozinha tradicional, as entradas são fartas. Tive o prazer de experimentar as gambas, cogumelos salteados com broa, pimentos padrão, presunto e pataniscas.
Assim como é suposto ser em Terras de Basto, a carne aqui é o forte e a posta de vitela estava no ponto e tenrinha. Mas como sou “polveira” que só, gostei mesmo foi dos filés de polvo panados com arroz de legumes no pote.
De sobremesa, um “pijama”, nome que é dado para um prato que vem com um pouco de cada para provarmos. Das rabanadas aos pastéis de Basto, não sobrou nada!
A Quinta da Chouza foi uma bela surpresa. Nos seus 5,4 hectares de muito espaço verde, um pequeno ribeiro com praia fluvial e 2,5 hectares de vinha, oferece ainda cinco quartos para dormidas distribuídos em 3 casas.
Um lugar de muita paz e calmaria para um descanso da agitação da cidade que agrada casais e também famílias com crianças. E pessoas grandinhas como eu, que adorei os balanços.
Nossa visita até lá foi para conhecer a Enoteca Chão de Rio, uma sala de provas em vidro que torna a experiência muito mais acolhedora.
No portfólio estão quatro vinhos: Arinto, Arinto e Trajadura, Alvarinho e Trajadura e Padeiro.
É no mês de março que Celorico de Basto recebe o Festival Internacional das Camélias. Na impossibilidade de visitar um jardim de camélias, degustamos o doce. Um doce único, que em formato de camélia combina perfeitamente com um chá da tarde.
Este restaurante que fica localizado no centro de Amarante tem um ambiente rústico e acolhedor. De cozinha tradicional, com mais de 30 anos de história, a decoração é cheia de objetos ligados as artes portuguesas, como jarras, funis, cabaças e até uma viola amarantina.
Esta quinta fica localizada já na região do Douro, em Resende. Uma casa senhorial totalmente restaurada, com jardins magníficos que datam de 1906.
Além de quartos na casa principal há ainda a opção de alugar as casas e chalés totalmente equipados que estão localizados na propriedade de cerca de 5 hectares.
Além disso a quinta também é responsável pela produção do vinho Rocaille, vinhos de elevada qualidade.
Produzidos com as castas:
Foi no Turismo de Resende que fomos recebidos para degustar um dos doces mais populares de lá: as cavacas. Feita ainda à moda antiga, com as mãos, esta receita leva apenas ovos, açúcar e farinha. O resultado é um bolo fofo com uma fina calda de açúcar que combinou muito bem com um rosé da região.
Uma refeição para não se esquecer. O prato mais desejado da casa é o anho assado no forno à lenha. Mas antes, e não menos importante as entradas: alheiras, vinhas d’alhos, cogumelos recheados entre outras tantas que estavam realmente boas.
Tudo muito bem preparado harmonizado com uma vasta e cuidadosa seleção de Vinhos Verdes da região de Baião.
Este Mosteiro foi uma grata surpresa em Baião. Não se sabe ao certo a data de fundação, tendo apenas registros de que em 1120 o Mosteiro já pertencia à Diocese do Porto.
A cereja do bolo na visita foi a Capela do Senhor do Bom Despacho que foi toda restaurada. Uma capela lindamente trabalhada e detalhada representando os Mistérios de Cristo, Mistérios Gozosos, Mistérios Dolorosos e Gloriosos, todos trabalhados em madeira.
Ainda no mosteiro há uma parcela de uvas que dão origem ao Vinho Verde DOC Lagar do Convento com rótulo de Álvaro Siza Vieira.
Localizada junto ao ponto em que o rio Tâmega encontra o rio Douro, em Marco de Canavezes, terra de Carmem Miranda, a Quinta de Santo António tem uma piscina com borda infinita para as vinhas e o Douro.
O antigo casarão do século XIX foi reformado e o terreno ganhou dez vilas. Além disso, o restaurante e gastro bar além de servir aos hóspedes também está aberto ao público.
Quero agradecer mais uma vez ao convite e dizer que este post expressa minha total opinião por cada atividade/ alojamento.
Com um roteiro personalizado, você terá a oportunidade de explorar os locais mais interessantes e menos conhecidos de Portugal e/ou Norte de Espanha, além de experimentar a cultura local de uma forma mais profunda.
Eu trabalharei com você para criar um itinerário que atenda às suas necessidades e interesses, para que você possa aproveitar ao máximo sua viagem.
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