Uma resposta com lados e visões diferentes, que pode funcionar para uns e não para outros. Você largaria sua carreira para fazer um intercâmbio no exterior?
Na época, a minha resposta foi sim.
Eu não tinha uma carreira estável, era assistente financeiro de uma multinacional, havia recém-concluído uma pós-graduação em finanças. Estava engatinhando no mundo corporativo e sentia que precisava ir além de onde eu estava naquele momento.
Eu precisava de um momento de auto conhecimento, viajar, conhecer pessoas e colocar em prática tudo o que eu tinha aprendido (e continuo aprendendo) na sala do cursinho de inglês.
A decisão de ir para a Irlanda foi um pouco repentina. Uma pesquisa de uns três meses e uma decisão no momento certo.
A empresa que eu estava trabalhando naquele momento iria transferir o setor para outro Estado, e foi aí que eu pensei que aquela era a hora de pôr em prática um sonho antigo: 42 dias viajando pela Europa, sendo 30 deles em Dublin estudando inglês.
Lembro que cheguei a Dublin em um domingo de manhã, eu e mais duas malas. Céu cinza, poucas pessoas na rua…
Desci do ônibus e fui tentando me localizar com um mapa (meu Deus, como é difícil viver sem Google Maps!!), andando sozinha, puxando as malas pelas ruas. E no meio do nada surge um simpático cara de bicicleta que me oferece ajuda e me guia até o meu hostel. O Hostel que virou o meu lar por exatos 31 dias.
O medo do novo, de estar sozinha, sem amigos, a barreira da língua… tudo isso foi muito intenso nos meus primeiros dias. Era eu e mais ninguém, se eu não fizesse aquela oportunidade ser inesquecível o suficiente, ninguém a faria por mim.
Dublin foi o de mais incrível que já aconteceu em minha vida. Ter largado o emprego, voltado para o Rio sem garantia de um novo trabalho em meio a um princípio de crise econômica, nada disso me faria voltar atrás ou ter desistido da minha decisão.
Se você pensa que em um intercâmbio o mais valioso que se aprende é a língua estrangeira, você está redondamente enganado.
Aprendi que com Sol ou chuva (e às vezes neve) aquele era um dia único que não voltaria mais e que eu precisava aproveitá-lo ao máximo. Aprendi que grandes amigos podem ser feitos em qualquer lugar e quando menos se espera. Aprendi que eu sou a minha melhor companhia e que se não tiver ninguém para me acompanhar não tem problema, eu vou. Aprendi que dinheiro não é tudo e eu posso me divertir com €5 e uma pint!
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